sábado, 4 de outubro de 2008

outras vidas...

Há quem diga que tudo é passageiro. Até mesmo o desejo de liberdade e felicidade. Talvez também sejam passageiras as vontades mais doces e ternas, as paixões arrebatadores, os amores eternos. E talvez, ainda pior, creia-se que a morte não perdure, que é uma simples pausa num momento decisivo, um desejo de mudança; brusco e consitente, com um leve aroma de rosas e um gosto amargo, quiçá azedo e este no sentido físico da palavra, se é que me faço entender. Mas passageira mesma é a vida e nisso todos concordamos. E se ela própria, que é nosso bem mais precioso, é passageira, tudo nela também o é. Em especial as dores de amor e as mazelas que dão a ela uma dramaticidade digna de ser humana. Mas o que se leva dessa vida finada, é sem dúvida eterno. Os amores, os abraços e os sorrisos, os pedidos de perdão e os obrigados, que ouvimos e dispensamos, as amizades que perduram por uma imensidão inacabável. Isso tudo é permanente e faz cada vivência durar para sempre com saudades gostosas e lembranças carinhosas, loucas pelo próximo encontro, para se reafirmar cada marca que foi feita em nossa alma e remarcá-la novamente com o perdão e o afeto. Porque o espírito, este sim é infindável e reluz tudo o por que passamos e o que nos tornamos, mostrando parte de nós mesmos e de todos os outros pelos quais cruzamos, pois nada é em vão e nós sempre aprendemos.

Observar

Difícil entender a alma do outro,
Ainda mais quando ele se oculta entre as dúvidas e o sarcasmo.
Fácil mesmo é duvidar, deixar no descrédito tudo aquilo que não nos é transparente.
Compliado é ver o que realmente o outro é,
Quando a primeira imagem que se tem deste é serena e chamativa.
A aparência, ah, como ela engana.
Mas no fritar dos ovos, e no fim de uma observação mais minuciosa
que um simples passar de olhos; pode-se ver além.
Perceber detalhes sórditos e também belos da mesma face da moeda.
E assim continuamos com nossas relações sociais, superficiais,
porém profundas quando se deseja crer!